No ano de 2007 eu apresentava um show de humor que entrevistava figuras ilustres da noite paulistana, o DRINK COM AS ESTRELAS e foi por intermédio de uma amiga, a atriz Paula Pretta, que integrava também o duo de música eletrônica Fulerô o Esquema, que conheci Cláudia Wonder, ativista sexual e artista multimídia que acabou como uma das convidadas mais ilustres que tive no programa, quando apareceu para lançar seu CD "FunkDiscoFashion".
Aos poucos fui me dando conta da dimensão do ato do qual havia causado e participado. Eu, um ator, que através de um personagem "cross-dresser", andrógeno, interiorano, carismático e porque não gay (Odilon Alleyona), conseguia licença para ter discursos libertários com relação ao comportamento cosmopolita havia me deparado com um dos maiores ativistas dos direitos gays, um dos caras mais punks de fato, da atitude ao rock'n roll, a mais pura forma de expressão em favor dos próprios direitos. Fake e real se combinavam, se degladiavam e se se amavam. E percebi que naquele momento eu tinha muito sim de Claudia Wonder e que era respeitado por ela.. Muitas vezes sinto falta da força que me fazia encarar Odilon Alleyona e imagino o quanto Cláudia deve ter sido brava na vida para enfrentar suas opções e dar suas opniões.
Cláudia Wonder faleceu na manhã de hoje, dia 26 de novembro de 2010. Aprendamos sempre com ela.
E pra quem quer celebrar esse ícone e partilhar dessa energia dançando não se esqueça que hoje é dia de LAB no Bar do Netão e eu estarei representando na pista.
Aqui abaixo alguns links interessantes sobre a personalidade da nigh:
Texto lindo do Vitor Angelo para o portal Vírgula:
Trailler do documentário "MEU AMIGO CLÁUDIA", de Dácio Pinheiro:
por Cacá Toledo.
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